As Escrituras Sagradas são fontes de sabedoria, ciência e vida. Como Povo de Deus, precisamos beber nessa fonte de águas cristalinas. Não basta balbuciar algumas frases ou passagem, a título de argumentação. É necessário aprender a respeito dos mistérios de Deus. Quando falamos de aprendizado, nos referimos evidentemente ao universo invisível, que está além do mundo que vemos. Esse caminho foi trilhado por poucos e a razão disso, é que as igrejas, de modo geral, não tratam das coisas ocultas.  Falamos “coisas ocultas” porque não se pode compreender a ciência de Deus, sem interpretar o sentido espiritual das letras. E isso somente é possível com a ajuda do Espírito Santo.
 
Quem quiser conhecer os segredos dos céus, escondidos nas letras das Sagradas Escrituras, não deve fazer nenhum curso de teologia. Se não o fizer, aprenderá com mais facilidade. A teologia protestante/evangélica é, na verdade, teologia católica. Vestiu uma roupa aqui, um adereço ali, mas, no fundo, os pensamentos acerca da vida no além-túmulo, da origem e missão das almas, é são os mesmos do catolicismo. Tudo bem, os homens são livres para andar como quiserem, terem suas crenças, etc., mas não estamos nos dirigindo a todos os homens. Falamos especialmente aos que se consideram Povo de Deus, independente da denominação a que pertençam, ou de serem cristãos, ou judeus.
 
Se você não entender a morte, não compreenderá a verdadeira natureza da vida. Sem saber das coisas invisíveis, as pessoas seguem pensando que estão no mundo para gozar e serem felizes. As igrejas, em vez de ajudarem os crentes a saírem dessa ilusão, pioram a situação quando clamam a Deus que dê aos crentes, sucesso e prosperidade material. Parece justo aos pastores, pedirem a Deus os bens terrenos. Mas, ao fazerem tal coisa, mostram que, tanto eles, quanto os pedintes, são espíritos do mundo. Se são do mundo, não são de cima. E se não são de cima, quem lhes atende não é o Senhor Deus de Israel.
 
Haveria um grande engano?
Sim, há um grande engano no espírito dessas igrejas. Se você não quiser correr o risco de acordar no escuro ou lugar pior, depois da sua morte física, convém examinar as Escrituras Sagradas com maior atenção, pois nos escritos dos profetas, do Cristo e dos Apóstolos, não têm nada que se relacione com glórias terrenas ou prosperidade. Todas as coisas de Deus se referem à tomada de posse da eternidade, à vida depois da morte e à esperança no mundo futuro, o reino messiânico.
 
Teólogos e pastores cristãos fazem malabarismos na tentativa de provar que as manifestações dos habitantes do outro mundo, existentes nas Escrituras Sagradas, não são bem como são. Quer dizer: afirmam que tais aparições não são comuns e que somente acontecem em casos especialíssimos. Ou para assustarem, vêm com a velha conversa de que é o diabo disfarçado. Seria verdade? Tudo indica que não. A grave questão é que se a teologia aceitar que existe vida além da morte e que os habitantes de lá, podem se comunicar com os de cá, haverá uma grande confusão no seio da igreja, uma vez que sempre se ensinou o contrário.
 
Eis um exemplo: certo jovem perdera o avô paterno, que muito amava. Depois de alguns meses, acordou em meio à noite, e viu uma aparição onde seu avô lhe dava a entender que estava bem no outro mundo e que o rapaz poderia seguir sua vida em paz. Feliz com a visão, o jovem procurou o pastor da igreja, para falar do que vira com seus próprios olhos e sentira com o coração. Ouviu, porém, uma coisa esquisita: o pastor disse que se tal coisa voltasse a acontecer, deveria repreendê-la, pois se tratava de uma obra de Satanás. Incrível, parece que estamos na idade média.
 
Os “mortos vivos” são as almas que já viveram no mundo e que as Escrituras Sagradas comprovam estarem vivas noutro lugar. E vivas em qual sentido? Estão de posse da salvação de Deus e, por isso, têm lugar no mundo celestial, nas regiões chamadas de céus. As aparições no Antigo Testamento são frequentes. Habitantes dessa outra dimensão se materializam de tal maneira no ambiente terreno, que é como se estivessem vivos. As narrativas do Novo Testamento trazem situações clássicas de aparições. Todos sabem do caso em que Moisés e Elias vieram do além, para visitar a Jesus Cristo, pouco antes da sua prisão. A presença era tão real que os discípulos quiseram fazer tendas para abrigá-los.
 
Não há como argumentar o contrário, tantas são as evidências das relações existentes entre os dois mundos, comprovadas pelas Escrituras. No entanto, espíritos sistemáticos que atuam por meio de teólogos e pastores, fazem de tudo para que o véu escuro, seja mantido no rosto dos filhos de Israel (falo aqui dos cristãos), de modo a não verem o fim do que era transitório. A infância espiritual das almas é natural, porém, transitória. Já deveria ter sido abandonada há muito tempo.
 
Pode um homem de Deus, que recebeu a graça salvadora de Cristo, depois de sua morte física, aparecer numa visão a alguém que ainda não morreu?
Não há nada que o impeça, a não ser a teimosia de certos crentes, que preferem as trevas da ignorância, à luz do entendimento. Se não há lei contra isso, o Pai Celestial parece não ter nada contra. Havia na Velha Aliança uma lei proibindo os vivos de consultar os mortos, mas nenhuma que impedisse os “mortos vivos” de aparecerem do lado de cá.
 
Estaríamos advogando o espiritismo?
Absolutamente, não. Mas queremos que o Povo de Deus comece a descobrir certas verdades bíblicas a respeito do mundo invisível, que foram e são escondidas pelas igrejas, por interesses não muito nobres. E, se você quiser saber mais a respeito da vida no além e de suas particularidades, não pergunte a padres e pastores. Certamente eles não têm nada a dizer a respeito, ou melhor, vão dizer que é o diabo. Procure ler cuidadosamente as Escrituras Sagradas e o Espírito Santo te revelará que as coisas não são bem com dizem.

“Vivos mortos” são pessoas que estão desse lado da vida, destituídas da Graça salvadora de Cristo. Perambulam pelo mundo, sem saber que o Vale das Sombras os aguarda do outro lado, logo que morrerem fisicamente. “Mortos vivos” são pessoas que morreram, mas tendo sido salvas em vida por Cristo, estão habitando nos céus da Eternidade. As Escrituras Sagradas, em muitas passagens, testificam que os salvos estão vivos e que podem, em certas circunstâncias, aparecer no mundo visível. As Escrituras não podem ser anuladas, disse Jesus. São novos conceitos, comprovados biblicamente, que podem e devem ser acrescentados à teologia do Povo de Deus.

“E, estando ele orando, transfigurou-se a aparência do seu rosto, e a sua roupa ficou branca e mui resplandecente. E eis que estavam falando com ele dois homens, que eram Moisés e Elias, os quais apareceram com glória, e falavam da sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalém”. (Lucas 9.29-31)