O inferno é lugar invisível aos olhos humanos onde estacionam, por certo tempo, as almas transgressoras, e recebem castigo por suas transgressões, no cumprimento natural da lei de semeadura e colheita. Pode-se afirmar que se trata de um lugar de suplício, mas também de correção e reflexões diante dos pecados cometidos. É o que se entende das palavras do Cristo, quando ensina pela parábola “O rico e Lázaro”. O homem rico, depois da morte física, viu-se nas regiões infernais, justamente por não se importar com o mendigo Lázaro, que jazia à porta de sua casa, cheio de feridas. No inferno, o rico estava bem vivo, de posse de sua consciência e lembranças. Sofre, pede socorro a Abraão e faz reflexões acerca da vida de indiferença e egoísmo que teve em sua última passagem terrena.

“O rico e Lázaro” é uma parábola que põe fim ao dogma criado pela teologia clássica cristã, de que a alma, depois da morte física, ficaria dormindo, aguardando o Juízo, conceito que não encontra nenhuma coerência com os Ensinos Sagrados. A alma perde sua consciência logo que o corpo morre, como se adormecesse, mas a seguir, desperta na outra face da Criação, indo para um local de alegrias ou sofrimentos, conforme as obras que tenha feito, por sua fé ou falta de fé no Eterno Deus.

A existência de um inferno eterno, segundo a teologia cristã, tem sido um secular e poderoso instrumento de ameaça e medo às pessoas, sustentado na ignorância das irracionais doutrinas religiosas. O inferno é de natureza relativa e sua destruição é testificada nas Escrituras Cristãs, no fim do período do Apocalipse. O inferno não é eterno, pois, somente o Criador possui  eternidade Absoluta. Se o inferno não é eterno, as almas que estacionam nesse lugar não ficarão lá para sempre. A conclusão é óbvia.

Depois de incerto período no inferno, a alma passará pelo Juízo. Se for libertada, renascerá nas dimensões visíveis, onde retomará sua caminhada em direção à Luz, agora, com a consciência marcada pelos sofrimentos infernais. Se for condenada, permanecerá por mil anos em um outro local de dores, simbolicamente denominado “lago de fogo e enxofre”, até que possa ser reintegrada na humanidade da qual pertence. Situação semelhante ocorreu na antiga Babilônia, na época do profeta Daniel, quando o diabo foi preso por mil anos. As almas que com ele correspondiam e foram condenadas no primeiro Juízo, não renasceram até que os mil anos se acabaram. Leia sobre essa questão em Apocalipse 20.

O inferno eterno é uma absurda tese a que não se deve dar ouvidos. É incompatível com a bondade, misericórdia e eternidade do Eterno. Somos homens maus e sabemos perdoar os nossos filhos, por coisas erradas que fazem. Por que razão o Pai Celestial, que é todo amor e misericórdia, lançaria um de seus filhos no inferno, por toda a eternidade? Deus não é o absurdo. A Palavra de Deus é a luz que nos afasta do inferno e da morte. É hora dos verdadeiros teólogos deixarem de lado certos conceitos medievais, que deslustram a grandeza do Deus de Israel e avançarem em novo entendimento. O Reino de Deus está às portas. O Senhor é a Luz do mundo!