A expressão “morte” é encontrada em diversas passagens das Escrituras Sagradas e nem sempre quer dizer a morte física. No sentido comum ela indica a morte corporal, com a falência dos órgãos, motivada por um fator material, fazendo cessar a vida orgânica. Em outras passagens a palavra “morte” é utilizada para tratar da morte da alma diante do pecado, a chamada morte espiritual. Como isso se dá? A alma, depois que é gerada pelo Eterno, transita na região visível da Criação, por longos períodos existenciais, vivendo em situação de escuridão consciencial, isso sem o saber. É a fase ancestral e semicivilizada da humanidade. Por isso o apóstolo Paulo afirmou: “A morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir”.
A morte espiritual é condição inerente aos primeiros tempos da alma, quando, apesar de movida pela lei do progresso, ainda não recebeu a luz do Eterno. Como ainda não tem a consciência de que Deus deseja resgatá-la dess morte, para a vida eterna, vive uma experiência de trevas, dominada por seus instintos. Uma humanidade é constituída por uma maioria de almas nesse estágio e, por isso, vive mergulhada em um clima de estupidez, selvageria e violência.

Através do renascimento sucessivo, animando personagens diversos, a alma inevitavelmente chegará ao reino da Luz, que é o ter acesso à sabedoria Divina. Antes, porém, conhecerá a Lei, as regras Divinas que norteiam o relacionamento dos homens na Criação. A partir desse ponto a alma passa a ter consciência de que estava morta em seus próprios pecados. Arrependendo-se, a alma se livra da morte por meio do perdão. Quem perdoa é o Eterno. O perdão faz a alma receber de volta a vida eterna, por meio da ressurreição, a vida nova dada aos que ouvem a voz do Pastor. É assim que o homem pode nascer de novo, disse Jesus, em seu diálogo com Nicodemos, nascer para a eternidade.

Jesus é o Cristo, o escolhido por Deus para salvar o Povo e a humanidade. Veio ao mundo para salvar as “ovelhas perdidas da casa de Israel” da morte consciencial. Pelo sacrifício na cruz, tornou-se o Messias, comunicando a ressurreição do Verbo Divino ao mundo, retirando dele definitivamente o poder da morte e do inferno.

A salvação pela via da fé, é a única possibilidade de a alma deixar situação de morte, para adentrar à Luz do Eterno. Entre os judeus, isso ocorre por meio da fé em Adonai, como aconteceu com Abraão. Entre os cristãos, pelo Cristo. Adonai e o Cristo são, na verdade,  omesmo Senhor, fiel testemunha, representante do Eterno Deus para a humanidade da Terra.

Frequentemente fazem confusão entre as duas maneiras de se entender a palavra “morte”. O Povo escolhido por Deus, para dar vida ao mundo, não deve temer a morte do corpo, e sim o pecado que gera a morte da alma. A morte física é um fenômeno natural, comum aos viventes, e não deve ser temida pelos filhos do Altíssimo. Ela sempre existirá na Terra, pois é uma lei natural. Todos devemos nos lembrar das palavras do Cristo: “Quem guardar minhas palavras, nunca verá a morte”. Quem andar nos caminhos do Senhor, não morrerá, mas adormecerá para o mundo e despertará na eternidade, em meio a irmãos, sem dúvidas.