Uma incontável multidão de crentes enxameia as igrejas protestantes e evangélicas. Lutero, o reformador protestante, costumava se referir aos crentes barulhentos como se fossem abelhas. Sim, promovem enorme barulho, sem saber direito o que fazem. Em nossos dias, não é diferente. Muitos são os crentes barulhentos, mas bem poucos sabem para onde estão se dirigindo. Depois da Reforma, diante da liberdade conquistada, Martinho Lutero preocupava-se com as igrejas reformadas, porque sabia que na ausência de um espírito diretivo, elas se perderiam nas próprias paixões. Ele estava certo. Se vivesse atualmente, ficaria desapontado com os rumos que tomou o movimento que dividiu a igreja cristã em dois lados. É provável que não se consiga mais encontrar nessas igrejas, nem vestígios da doutrina ensinada pelos pais protestantes, tantas são as balbúrdias e fábulas inseridas nos corações mais humildes, por pastores guiados por espíritos enganadores.
Vive-se uma situação de fato e ninguém nesse mundo poderá mudar a cabeça desse enxame barulhento de abelhas. Mas existe muita gente boa envolvida nessa confusão evangélica. E a esperança reside justamente nos que vão à Casa de Deus para servir a Cristo, e não apenas para se servir de Cristo. Paulo, ao escrever aos Romanos (9.23), lembrou que o profeta Isaías havia comparado o Povo de Deus com a areia do mar: um número incontável. Mas o profeta disse também, que apenas um remanescente seria salvo: homens e mulheres especialmente escolhidos para cumprirem um plano divino (Isaías 10.22-23).
Nesse vasto universo evangélico, pergunta-se: onde está o remanescente de Cristo? Temos contatos com irmãos espalhados no Brasil e no mundo e, como Lutero, o que vemos é um barulhento enxame de abelhas, dando palpites, andando sem rumo, tentando sobreviver aos reveses do presente tempo de profundas transformações. Poucos são os interessados no serviço de Cristo e no ministério do Espírito. Bom número de crentes sequer possui a Bíblia Sagrada. Essa gente corre o risco de não sair do Vale das Sombras (Salmos 23.4), a região da morte onde estacionam almas desavisadas.
Há dois tipos de crentes: O QUE SERVE a Cristo e O QUE SE SERVE de Cristo. Um servo é sempre um crente, mas um crente nem sempre é um servo. O que se serve de Cristo, é um pedinte contumaz. O que serve a Cristo está interessado no serviço do Evangelho, que é o amor a Deus e ao próximo. Quem serve ao Senhor, reparte; não ajunta. Dá; não pede. O que se serve de Cristo, quer viver e gozar os prazeres da vida temporal. O servo quer servir; pois espera as recompensas eternas. O que se serve de Cristo, tem medo de morrer, pois desconfia do terrível juízo que o aguarda.
Pode parecer que se faz pouco caso dos que bebem leite, das pessoas mais simples, mas se a igreja continuar nessa toada, vai voltar ao imenso buraco de onde saiu na época da Reforma: indiferença pelas Escrituras, confiança em placas e denominações, indulgências, apego às obras da lei, preguiça pelo estudo, miséria intelectual, falso saber e frieza de coração. É isso o que queremos para o Povo de Deus? Claro que não. Irmãos, estamos às portas do Reino. Não fosse isso, não seria necessário este chamado. As coisas não vão bem. Basta ligar a televisão e ver a apostasia tomando conta das nações. A degeneração moral no planeta se multiplica a cada instante. Em pouco tempo veremos coisas muito tristes, mais do que as que estamos vendo agora.
Vamos olhar um pouco para nós mesmos, como homens, mulheres, jovens, velhos; pastores, presbíteros e diáconos; servos e servas de Deus. Somos membros do remanescente, ou vamos à Casa de Deus nos servir de Cristo? O Senhor está chamando a mim e a você para enfrentarmos dias de tribulação. Não são dificuldades materiais, mas perseguição por causa do nome de Jesus Cristo e da verdade revelada. Nunca houve um tempo como esse que vem sobre a humanidade. Não pensem que sairemos do cenário, sem ser provados. O dia vem como o ladrão. Ou somos povo eleito e vamos testemunhar a Cristo, ou passaremos vergonha diante dos eventos que antecedem o Reino. Haverá dores de parto, antes do nascer da criança. E convém ao Povo de Deus que esteja preparado.
Levante a sua mão direita para o céu e diga: SENHOR: Eis-me aqui! O tempo é chegado. É preciso decidir agora. E, se você decidiu-se por Cristo, boa escolha fez. O Senhor vai ajuntar o remanescente em torno de um ideal. Quem dele fizer parte receberá as santas revelações do Espírito Santo, sonhos e visões que falarão do fim do mundo e da Nova Jerusalém. Não importa em que igreja ou lugar você esteja. Os pilares que sustentam a sociedade estão corroídos pelo germe da vaidade e luxúria dos homens. Por detrás da agitação e insatisfação das massas, está Satanás. Miguel está forçando a descida do maligno para baixo, conforme o Apocalipse, 12:7. Pobres dos que estão na terra, pois o diabo sabe dos dias contados por Deus. Ele vai fazer uma enorme confusão em toda parte.
De qual igreja você é? Que função desempenha? É pastor, presbítero, diácono ou membro, canta no coral, é dizimista? Isso não terá a menor importância, quando chegar aquele dia. O testemunho não estará nessa ou naquela igreja, com esse ou aquele personagem, mas no coração e na boca de muitos, de todos os que ouvirem o chamado do Espírito Santo. Preste atenção, pois isso não tem nada a ver com igrejas ou teologias. Que Deus nos ajude e nos ajunte, para que tudo seja feito conforme a Vontade do Eterno. Eu quero participar do Reino de Deus e dar testemunho do Evangelho da Salvação. E você?
“Também Isaías clama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo.” – (Romanos 9.27)